segunda-feira, 24 de setembro de 2012



O cachorro acordou com um sonoro !FRÔMP!, eram três da madrugada.

Farejou o carpete, a borda do sofá, caminhou até a janela e observou o jardim recheado de gotas de sereno, bocejou diante do próprio reflexo no vidro. Voltou para o carpete, girou duas vezes e deitou acochegado por sobre as patas, dormiu.

O cachorro acordou com um sonoro !FRÔMP!, eram três e meia da madrugada.

Alarmado, girando em sentido horário e tentando abocanhar o próprio rabo. Voltou a deitar, deu um espirro e dormiu.

O cachorro acordou com um sonoro !FRÔMP!, eram quatro e quinze da madrugada.

Ergueu a cabeça e latiu em direção ao teto, voltou a dormir.

O cachorro acordou com um sonoro !FRÔMP!, eram cinco e meia da madrugada.

O dono da casa andava devagar ao lado do sofá, em direção a cozinha. O cachorro abriu os olhos e acompanhou a sombra indo embora vagarosa, escutou uma voz: "Que cheiro horroroso, Tobias", e voltou a dormir.

O cachorro acordou com um sonoro !FRÔMP!, eram seis da manhã.

O dono da casa trajando um paletó colheu um molho de chaves na mesa. Acordado, o cachorro ouviu uma sequência de !FRÔMP! !FRÔMP! !FRÔMP!, seguida da voz do dono da casa que já saía pela porta da frente "Que cheiro horroroso, Tobias".

O cachorro dobrou o corpo e farejou seu ânus. Espirrou quatro vezes, soltou uma gargalhada e voltou a dormir.

0 comentários:

 

Copyright 2010 Letra, Papel!.

Theme by WordpressCenter.com.
Blogger Template by Beta Templates.