segunda-feira, 24 de setembro de 2012
quarta-feira, 21 de março de 2012
Uma gang asiatica te cerca num beco sem saida.
(-(-(- -)-)-)
┬┴┬┴┤(・_├┬┴┬┴
... Você grita por ajuda, ninguém aparece!
┬┴┬┴┤џ(ºДºџ)├┬┴┬┴
Você joga tudo pro alto e encara a ameaça...
(╯°□°)╯︵ ┻━┻
(-(-(- -)-)-)
Ensaia movimentos de luta nunca antes vistos.
(◟ᅇ)◜ (-(-(- -)-)-)
Derruba quase todos os oponentes!
(/ .□.)\ ︵╰(゜Д゜)╯︵ /(.□. \)
(╯°Д°)╯︵ /(.□ . \)
Menos o lider!
┐( ̄ー ̄)/
Ele lança uma shuriken mortal.
( -.-)ノ-=≡≡卍
Você é atingido na coxa.
ヾ( ;×o×)〃
Agora é tudo ou nada. Vencer ou morrer.
(し_し) ¬o( ̄- ̄メ) ├┬┴┬┴
Você lembra que em sua pochete tem uma tesoura sem ponta!
(°ロ°)☝
É o suficiente!
( ^◡^)っ✂ ╰( ̄ー ̄)◜ ├┬┴┬┴
Um golpe mortal...
(☞゚∀゚)☞ ✂ ✂ ✂ ✂ ᕙ(⇀‸↼‶)ᕗ
Você poderia ser um cara foda
(⌐■_■)
Mas ainda usa pochete!
(☉_☉)
(._.)
├┬┴┬┴├┬┴┬┴├┬┴┬┴├┬┴┬┴├┬┴┬┴
________________________________________________________________
Você dorme tranquilo após um dia exaustivo.
(-, - )…zzzZZZ
... Mas não se dorme tranquilo numa casa germinada cujo vizinho ensaia com uma banda de ROCK N ROLL...
├┬┴┬┴ ♪♪♪♪♪♪♪♪
(-, - )…zzz ('''( >.< )''') (⊙_⊙')
Você vira de um lado para o outro na cama. Não adianta. O som aumenta!
♪♪♪♪♪♪♪♪♪♪♪♪♪♪♪♪♪♪♪♪♪♪♪♪♪♪♪♪♪♪
(-, - ) (´・`) フ (-, - ) (´・`) フ
♪♪♪♪♪♪♪♪♪♪♪♪♪♪♪♪♪♪♪♪♪♪♪♪♪♪♪♪♪♪
Um solo de bateria dura 12 minutos. Foi o seu limite.
├┬┴┬┴(╯°□°)╯( o/)( o/)♪♪ ├┬┴┬┴
( o/)|̲̅̅●̲̅̅|( o/)
♪♪
ლ(ಠ益ಠლ)
Caminha até a varanda. E grita por silêncio!
> џ(ºДºџ)
MAIS ALTO!
>>╰(゜Д゜)╯
Os rockeiros interrompem seus instrumentos.
( ;×o×)|::|
(〠_〠)( o/)( o/)
( o/)|̲̅̅●̲̅̅|( o/)
(͡๏̯͡๏) ζ|||
Eles saem também na varanda.
( ;×_×) (͡๏̯͡๏) (〠_〠)
Você manda todos eles a merda!
(Ó_#) (Ó_#) (Ó_#) *&$#* =(°□°ò)
Eles te amaldiçoam e desejam que você queime no inferno de Cthulhu.
┌∩┐(◣_◢)┌∩┐
ಠOಠ < " (V) (°,,,,°) (V) "
É o momento em que você fica muito puto.
(ì_í ò)
(ಥ益ಥ)
t(-.-t)
Entra na sala para buscar e usar finalmente a bazuca de seu bisavô.
├┬┴┬┴|_・)
|・)
|)
Quando você volta...Pensa que é o "Exterminador do Futuro", com a bazuca no ombro.
├┬┴┬┴|)
|・)
|_・)
|o==(・_・) ====O
"Engulam essa, seus animais!"
O¨¨¨¨¨¨<≡≡O====(´ε` )==o
"""""""BOOOOMMMMMMMMM"""""
☆.。.:*・°☆.。.:*・°☆.。.:*・°☆.。.:*
┗┃・ ■ ・┃┛ └[ ∵ ]┘ <(-'.'-)>
☆.。.:*・°☆.。.:*・°☆.。.:*・°☆.。.:*
☆.。.:*・°☆.。.:*・°☆.。.:*・°☆.。.:*
Nada resta da banda, da varanda, de metade da casa. Você volta para a cama.
¯\_ಠ_ಠ_/¯
(。-_-。 )
(⌐■_■)
O melhor sono de sua vida!
(-, - )…zzzZZZ
Até dois meses depois, chegarem seus novos vizinhos. MC Dékinho e MC Bola Azul.
|(ʘ‿ʘ)╯ ♪♪♪ \(ʘ‿ʘ)
Não se dorme tranquilo numa casa germinada...
├┬┴┬┴ ♪♪♪♪♪♪♪♪
(-, - )…zzz ('''( >.< )''') (⊙_⊙')
Você decide que é hora de ROCK N ROLL
\m/...(>.<)…\m/
(⌐■_■)
├┬┴┬┴|)
|・)
|_・)
|o==(・_・) ====O
"Engulam essa, seus animais!"
_______________________________________________________________
Você e a sua namorada resolvem ir ao cinema.
( ˘ ³˘)♥(´ε` )
Ela insiste em ver um filme de arte, nacional.
... (^_^) *
♡^▽^♡
Você reluta um pouco (Está passando Rambo 6)
(*・_・)ノ
(T_T)
Ela te enche de beijos e insiste!
(ღ˘⌣˘ღ) (´ε` )♡
Você suspira e aceita. Decide que se for pra ver um filme nacional de arte, se vestirá como um lorde.
(°ロ°)☝
ಠ_ರೃ
Na gigantesca fila do cinema, descobrem que a exibição é gratuíta.
(^_^) (^_^) (• ◡•) (~^.^)~(~^.^)~ ノ(ジ)ー'(^_^ '')
E que tem muita gente estranha por lá.
(-‿◦☀) (ʘ‿ʘ) (◉‿◉) (#+_+) (ʘ‿ʘ) |°з°|
Na sala de projeção, conseguem um lugar apertado na primeira fila. Até aí, tudo bem.
(^_^) (^_^)
Mas de um lado senta um mendigo.
(`・ω・´) (^_^) (^_^)
E do outro lado um gordinho faminto.
(`・ω・´) (^_^) (^_^) ლ(´ڡ`ლ)
(`・ω・´) (⊙▂⊙✖ )(⊙▂⊙✖ ) ლ(´ڡ`ლ)
O filme começa!
(*^-^*)(*^-^*)
É um musical existencialista com a Regina Duarte e Renato Aragão.
(* ̄o ̄*)♩♫♪
(⊙▂⊙✖ )(⊙▂⊙✖ )
Você pensa positivo e decide por esquecer o filme e partir para uns amassos!
(づ ̄ ³ ̄)づ(^_^)
Mas sua namorada diz o que você não queria ouvir:
(づ ̄ ³ ̄)づ¬o( ̄- ̄メ) "Eu quero ver o filme, benzinho"
(⊙▂⊙✖ )(^_^)
Do seu lado, o mendigo ronca alto.
(- ω -)…zzzZZZ(⊙▂⊙✖ )(^_^)
Do lado dela, o gordinho come sem parar.
(- ω -)…zzzZZZ(⊙▂⊙✖ )(^_^)°☆.。.:ლ(´ڡ`ლ)
(- ω -)…zzzZZZ(⊙▂⊙✖ )(✖⊙▂⊙ )°☆.。.:ლ(´ڡ`ლ)
O mendigo ronca. O gordinho baba. A musica toca, Regina canta, o Didi rebola.
(* ̄o ̄*)♩♫♪ └[∵┌]└[ ∵ ]┘[┐∵]┘
(⊙▂⊙✖ )(⊙▂⊙✖ )
(- ω -)…zzzZZZ
└[∵┌]└[ ∵ ]┘[┐∵]┘
(⊙▂⊙✖ )(⊙▂⊙✖ )
°☆.。.:ლ(´ڡ`ლ)
(* ̄o ̄*)♩♫♪
(⊙▂⊙✖ )(⊙▂⊙✖ )
(- ω -)…zzzZZZ
(⊙▂⊙✖ )(⊙▂⊙✖ )
°☆.。.:ლ(´ڡ`ლ)
└[∵┌]└[ ∵ ]┘[┐∵]┘
Vocês dois entram em colapso! Fogem o mais rápido daquela sala.
(゜Д゜)(゜Д゜)
ε=ε=ε=ε=ε=ε=┌(; ̄◇ ̄)┘
ε=ε=ε=ε=ε=ε=┌(; ̄◇ ̄)┘
Mas está tudo bem agora. Compraram um par de ingressos por R$80,00 e podem relaxar com Rambo 6.
(^_^) (^_^)
Até que no meio do filme, o mendigo do filme de arte musical também resolve ir assistir Rambo 6. Do ladinho de vocês! De penetra!
(⊙ω⊙) (╯▅╰) (☉_☉)
______________________________
Nada como acordar tarde num sabado ensolarado...
-(ˆ▿ˆ)/
...e descobrir que seu quarto foi invadido por um extraterrestre!
... (V) ( °,,,,°) (V)
No primeiro momento você se assusta!
(゜Д゜)
Mas se recupera e tenta ser agradável.
(●°u°●) 」"oi!"
A criatura é maligna e te cutuca com um bastão interdimensional.
(V) ( °,,,,°) ┻━~ (°Д°)╯
Você dá um pulo da cama!
(V) ( °,,,,°) ︵ /(.□ . \)
O extraterrestre grunhe coisas ininteligiveis. Parecem palavrões.
(V) ( °,,,,°) (V) *&##*&#%$ (⊙▂⊙✖ )
Você alcança o bong de fumar maconha de debaixo da cama e arremessa contra a criatura.
(V) ( °,,,,O) 凸 ヽヽ(⊙▂⊙✖ )
O invasor parece surpreso. Sua cabeça dói, a ressaca da noitada de sexta chega forte!
(V) ( °,,,,O) ┻━~ (Ò囗Óױ)
Então um balde de agua é arremessado na sua cabeça. E você finalmente percebe...
(V) ( °,,,,°) /占~~~~~ (-_^)
que a invasão alienigena, é a sua mãe, de mascara, luva, rodo e balde que veio limpar o seu quarto imundo!!!!
(^__^)v "oi, mãe!"
(V) ( O,,,,O) (V)
(^_^ '')
(V) ( O,,,,O) (V)
(^_^ '')
Está agora, de castigo eterno.
(╥﹏╥)
______________________________
S.F.
sábado, 11 de dezembro de 2010
A Palma de Torquato
Em 1889, o barão Alvaro Torquato (Campo Boi Mirim) desenvolveu uma dinâmica para escrever com fluidez durante suas crises de depressão. Diante de uma pilha de folhas e com sua pena abastecida com tinta, Alvaro Torquato levantava-se de súbito e passava a bater palmas em um ritmo marcado. Acompanhava a batida com frases cantadas em idioma inexistente. Este procedimento não linear e de livre exercicio imaginativo despertava uma onda de escrita satisfatória diante de seu bloqueio anterior.
As obras de Torquato foram compiladas por José Agrião em 1937.
*
O fumo de corda condutor
Costume resgatado por Almeida Moreno no livro Causos Controversos (Editora Cipó).
Os irmãos Botelho Bueno, nos idos de 1950, eram frequentadores assíduos dos saraus na noite paulistana. Em meio a troca cultural, promoviam leituras de mini contos sobre a vida no campo, discorrendo de forma teatral por horas. É sabido que muito do material apresentado não foi escrito previamente e mais da metade ficava por conta do improviso.
O detalhe é que grande parte da narrativa era intervalada e sustentada pelo constante "picotamento" de fumo de corda (adquirido em larga escala no Mercado Central) e posteriormente feito o seu consumo em grandes cachimbos lapidados a mão.
Diz um folhetim de fofocas que os irmãos Botelho Bueno, na falta do fumo de corda, deixavam a qualidade e o ritmo de suas narrativas decair ao ponto de interromperem o exercicio e praguejarem pela falta do fumo como condutor de sua imaginação.
Por conta de incendios, 90% de suas pequenas obras foram perdidas para todo o sempre.
Primeiro a sopa depois a poesia
O poeta Carlos Conselho respondeu em coluna da Mirian Blat no Jornal Dia do Sul (1992)
MB: Carlos, grande parte da tua obra faz alusão ao universo culinário. De onde surge tanto apetite na poesia?
CC: Como sou insone há mais tempo do que gostaria de lembrar, adotei o costume de me entreter com comida na madrugada. Mesmo não sendo algo saudável, acarretou-me um conforto como nenhum outro calmante o fez. Mas não era o suficiente para aplacar a monotonia. Ai entrou a poesia. Portanto vem a ordem: primeiro a sopa, depois a poesia, dai vem o livro e agora é a entrevista.
MB: Sopa? (risos)
CC: Sobretudo em minha gana, sopa!
*
Letras na chuva
Renata Escorpa Nogueira (REN) escreveu, entre 1972 e 1986, 50 romances policiais. Em todas as obras havia uma nota da autora na folha de rosto com os seguintes dizeres:
Escrito nos dias ... do mês ... na chuva.
R.E.N.
Ela conta em sua biografia:
"Ficava em grande espectativa quando amanhecia o céu nublado. As primeiras gotas desciam e lá ia eu, com minha Olivetti, cadeira de plástico e capa de chuva. Claro que tinha todo um aparato de sacolas encapando a máquina e mesmo com cuidado extremo, perdi muitas páginas borradas. A coisa de escrever na chuva deslanchou quando fui acrescentando apetrechos ao redor do meu jardim. Fiz até uma cabaninha para os intervalos. Escrever na chuva foi o meu prazer e minha terapia. Sei que meus detetives não ficaram ensopados para resolver os mais espetáculares casos."
(SARNA, João Andrade. A moça das letras na chuva, São Paulo, 1999, p.32)
***
Em 1889, o barão Alvaro Torquato (Campo Boi Mirim) desenvolveu uma dinâmica para escrever com fluidez durante suas crises de depressão. Diante de uma pilha de folhas e com sua pena abastecida com tinta, Alvaro Torquato levantava-se de súbito e passava a bater palmas em um ritmo marcado. Acompanhava a batida com frases cantadas em idioma inexistente. Este procedimento não linear e de livre exercicio imaginativo despertava uma onda de escrita satisfatória diante de seu bloqueio anterior.
As obras de Torquato foram compiladas por José Agrião em 1937.
*
O fumo de corda condutor
Costume resgatado por Almeida Moreno no livro Causos Controversos (Editora Cipó).
Os irmãos Botelho Bueno, nos idos de 1950, eram frequentadores assíduos dos saraus na noite paulistana. Em meio a troca cultural, promoviam leituras de mini contos sobre a vida no campo, discorrendo de forma teatral por horas. É sabido que muito do material apresentado não foi escrito previamente e mais da metade ficava por conta do improviso.
O detalhe é que grande parte da narrativa era intervalada e sustentada pelo constante "picotamento" de fumo de corda (adquirido em larga escala no Mercado Central) e posteriormente feito o seu consumo em grandes cachimbos lapidados a mão.
Diz um folhetim de fofocas que os irmãos Botelho Bueno, na falta do fumo de corda, deixavam a qualidade e o ritmo de suas narrativas decair ao ponto de interromperem o exercicio e praguejarem pela falta do fumo como condutor de sua imaginação.
Por conta de incendios, 90% de suas pequenas obras foram perdidas para todo o sempre.
Primeiro a sopa depois a poesia
O poeta Carlos Conselho respondeu em coluna da Mirian Blat no Jornal Dia do Sul (1992)
MB: Carlos, grande parte da tua obra faz alusão ao universo culinário. De onde surge tanto apetite na poesia?
CC: Como sou insone há mais tempo do que gostaria de lembrar, adotei o costume de me entreter com comida na madrugada. Mesmo não sendo algo saudável, acarretou-me um conforto como nenhum outro calmante o fez. Mas não era o suficiente para aplacar a monotonia. Ai entrou a poesia. Portanto vem a ordem: primeiro a sopa, depois a poesia, dai vem o livro e agora é a entrevista.
MB: Sopa? (risos)
CC: Sobretudo em minha gana, sopa!
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Letras na chuva
Renata Escorpa Nogueira (REN) escreveu, entre 1972 e 1986, 50 romances policiais. Em todas as obras havia uma nota da autora na folha de rosto com os seguintes dizeres:
Escrito nos dias ... do mês ... na chuva.
R.E.N.
Ela conta em sua biografia:
"Ficava em grande espectativa quando amanhecia o céu nublado. As primeiras gotas desciam e lá ia eu, com minha Olivetti, cadeira de plástico e capa de chuva. Claro que tinha todo um aparato de sacolas encapando a máquina e mesmo com cuidado extremo, perdi muitas páginas borradas. A coisa de escrever na chuva deslanchou quando fui acrescentando apetrechos ao redor do meu jardim. Fiz até uma cabaninha para os intervalos. Escrever na chuva foi o meu prazer e minha terapia. Sei que meus detetives não ficaram ensopados para resolver os mais espetáculares casos."
(SARNA, João Andrade. A moça das letras na chuva, São Paulo, 1999, p.32)
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