quinta-feira, 16 de setembro de 2010

Os nós dos dedos brancos! 
As unhas cravadas na palma. 
Ela revirou os olhos com a cabeça retorcida. 
A boca de dentes apertados.
O filete de sangue do lábio borrado.
Cabelo longo colado na testa. 
Narinas no abre fecha da respiração.
Trespassada a pele com prancha de metal, fez  barulho de durex em desalinho. Assoviaram os gritos naquele lugar longinquo. Na poça vermelha caiu a troxa branca de tecido humano. Presa na mesa, a boneca tremeu e arfou, choramingou e babou. Com um ganido medonho, o rabinho palpitou avidamente. O doutor costurou o avesso e vestiu a carne. E um trapo de pelos caiu ao chão. O cachorro é a mulher e a mulher é o cachorro. Uma obra de arte!
A mulher que não era, servia as visitas. 
O cachorro que não era, divertia a criançada. 
Cada qual a sua maneira, tão peculiar de ser.

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